Em 1994, Itamar Franco comemorou o retorno na produção do popular Fusca no Brasil
Foto: AFP
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O político responsável pelo Plano Real e pela volta do Fusca. É assim que o ex-presidente e senador de Minas Gerais Itamar Franco, morto no dia 2 de julho deste ano, deverá ser lembrado no vestibular, aposta o professor de história do Curso Apogeu, de Curitiba (PR), Marcio Santos. O plano político-econômico que conseguiu controlar a superinflação dos anos 1980 e 1990 e uma medida que estimulou a indústria automobilística a fabricar carros populares são, para o professor, os fatos mais marcantes da trajetória de Itamar.
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Mesmo que os créditos pela formatação do Plano Real recaiam também sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ministro da fazenda de Itamar, o fato do plano ter sido implantado durante a sua presidência não escapará às provas. "Depois de sucessivas tentativas de conter a inflação como o Plano Cruzado e o Plano Collor, realizados durante os governos de José Sarney e de Fernando Collor de Mello, Itamar chama para ministro da fazenda o então senador Fernando Henrique Cardoso, criador do real e que deu estabilidade ao País", explica o professor. Lançado em 1993, o plano baseava-se em três pontos: equilíbrio das contas públicas, com redução de despesas e aumento de receitas, criação da Unidade Real de Valor (URV), que indexava os preços a partir do lançamento do plano e a criação da nova moeda, chamada real, em vigor até os dias de hoje.
A indústria de bens duráveis também sofreu um fomento bastante grande durante a presidência de Itamar. O incentivo pode ser usado como cenário para uma questão sobre o desenvolvimento do setor no País. Para o professor, "Itamar Franco foi o responsável pela volta do velho Fusca, alegando que todos os brasileiros teriam direito a um carro. Apesar de ter fracassado, a ideia serviu para a indústria automobilística nacional investir em uma nova geração de carros populares", diz Santos.
As heranças políticas de Itamar também podem ser cobradas, ainda que apenas nos vestibulares de Minas Gerais. "Se considerarmos vestibulares regionais, é possível que algo seja cobrado sobre sua biografia, salientando aspectos biográficos como o fato de ter sido prefeito de Juiz de Fora, senador e governador de Minas", lembra o professor. Sua chegada à presidência, cargo que assumiu após o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, em 1992, é uma grande candidata a figurar entre as questões. O plebiscito para escolher o regime institucional do País, realizado um ano depois, ainda no governo Itamar, também pode parecer nas provas. Na oportunidade, a população preferiu manter o sistema presidencialista, derrotando as propostas do parlamentarismo e da monarquia.
Abordagens mais sistemáticas também podem ser feitas. "Acredito que o governo de Itamar Franco pode cair dentro do contexto da Nova República, que compreende a redemocratização do Brasil até nossos dias", afirma Santos. Para o professor, o ex-presidente pode ser relacionado a políticos imediatamente anteriores e posteriores a ele: "tanto Collor quanto Itamar e Fernando Henrique foram presidentes que ajudaram na implantação do modelo neoliberal - apesar de Itamar ter se voltado mais para as questões internas -, marcado pela abertura do Brasil ao capital internacional e multinacionais e pelas privatizações de estatais", completa.
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Mesmo que os créditos pela formatação do Plano Real recaiam também sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ministro da fazenda de Itamar, o fato do plano ter sido implantado durante a sua presidência não escapará às provas. "Depois de sucessivas tentativas de conter a inflação como o Plano Cruzado e o Plano Collor, realizados durante os governos de José Sarney e de Fernando Collor de Mello, Itamar chama para ministro da fazenda o então senador Fernando Henrique Cardoso, criador do real e que deu estabilidade ao País", explica o professor. Lançado em 1993, o plano baseava-se em três pontos: equilíbrio das contas públicas, com redução de despesas e aumento de receitas, criação da Unidade Real de Valor (URV), que indexava os preços a partir do lançamento do plano e a criação da nova moeda, chamada real, em vigor até os dias de hoje.
A indústria de bens duráveis também sofreu um fomento bastante grande durante a presidência de Itamar. O incentivo pode ser usado como cenário para uma questão sobre o desenvolvimento do setor no País. Para o professor, "Itamar Franco foi o responsável pela volta do velho Fusca, alegando que todos os brasileiros teriam direito a um carro. Apesar de ter fracassado, a ideia serviu para a indústria automobilística nacional investir em uma nova geração de carros populares", diz Santos.
As heranças políticas de Itamar também podem ser cobradas, ainda que apenas nos vestibulares de Minas Gerais. "Se considerarmos vestibulares regionais, é possível que algo seja cobrado sobre sua biografia, salientando aspectos biográficos como o fato de ter sido prefeito de Juiz de Fora, senador e governador de Minas", lembra o professor. Sua chegada à presidência, cargo que assumiu após o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, em 1992, é uma grande candidata a figurar entre as questões. O plebiscito para escolher o regime institucional do País, realizado um ano depois, ainda no governo Itamar, também pode parecer nas provas. Na oportunidade, a população preferiu manter o sistema presidencialista, derrotando as propostas do parlamentarismo e da monarquia.
Abordagens mais sistemáticas também podem ser feitas. "Acredito que o governo de Itamar Franco pode cair dentro do contexto da Nova República, que compreende a redemocratização do Brasil até nossos dias", afirma Santos. Para o professor, o ex-presidente pode ser relacionado a políticos imediatamente anteriores e posteriores a ele: "tanto Collor quanto Itamar e Fernando Henrique foram presidentes que ajudaram na implantação do modelo neoliberal - apesar de Itamar ter se voltado mais para as questões internas -, marcado pela abertura do Brasil ao capital internacional e multinacionais e pelas privatizações de estatais", completa.