quinta-feira, 21 de julho de 2011

Após morte de Itamar, Plano Real pode aparecer no vestibular

Em 1994, Itamar Franco comemorou o retorno na produção do popular Fusca no Brasil. Foto: AFP Em 1994, Itamar Franco comemorou o retorno na produção do popular Fusca no Brasil
Foto: AFP

O político responsável pelo Plano Real e pela volta do Fusca. É assim que o ex-presidente e senador de Minas Gerais Itamar Franco, morto no dia 2 de julho deste ano, deverá ser lembrado no vestibular, aposta o professor de história do Curso Apogeu, de Curitiba (PR), Marcio Santos. O plano político-econômico que conseguiu controlar a superinflação dos anos 1980 e 1990 e uma medida que estimulou a indústria automobilística a fabricar carros populares são, para o professor, os fatos mais marcantes da trajetória de Itamar.
»De Bin Laden a usinas nucleares; confira temas dos vestibulares
Mesmo que os créditos pela formatação do Plano Real recaiam também sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ministro da fazenda de Itamar, o fato do plano ter sido implantado durante a sua presidência não escapará às provas. "Depois de sucessivas tentativas de conter a inflação como o Plano Cruzado e o Plano Collor, realizados durante os governos de José Sarney e de Fernando Collor de Mello, Itamar chama para ministro da fazenda o então senador Fernando Henrique Cardoso, criador do real e que deu estabilidade ao País", explica o professor. Lançado em 1993, o plano baseava-se em três pontos: equilíbrio das contas públicas, com redução de despesas e aumento de receitas, criação da Unidade Real de Valor (URV), que indexava os preços a partir do lançamento do plano e a criação da nova moeda, chamada real, em vigor até os dias de hoje.
A indústria de bens duráveis também sofreu um fomento bastante grande durante a presidência de Itamar. O incentivo pode ser usado como cenário para uma questão sobre o desenvolvimento do setor no País. Para o professor, "Itamar Franco foi o responsável pela volta do velho Fusca, alegando que todos os brasileiros teriam direito a um carro. Apesar de ter fracassado, a ideia serviu para a indústria automobilística nacional investir em uma nova geração de carros populares", diz Santos.
As heranças políticas de Itamar também podem ser cobradas, ainda que apenas nos vestibulares de Minas Gerais. "Se considerarmos vestibulares regionais, é possível que algo seja cobrado sobre sua biografia, salientando aspectos biográficos como o fato de ter sido prefeito de Juiz de Fora, senador e governador de Minas", lembra o professor. Sua chegada à presidência, cargo que assumiu após o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, em 1992, é uma grande candidata a figurar entre as questões. O plebiscito para escolher o regime institucional do País, realizado um ano depois, ainda no governo Itamar, também pode parecer nas provas. Na oportunidade, a população preferiu manter o sistema presidencialista, derrotando as propostas do parlamentarismo e da monarquia.
Abordagens mais sistemáticas também podem ser feitas. "Acredito que o governo de Itamar Franco pode cair dentro do contexto da Nova República, que compreende a redemocratização do Brasil até nossos dias", afirma Santos. Para o professor, o ex-presidente pode ser relacionado a políticos imediatamente anteriores e posteriores a ele: "tanto Collor quanto Itamar e Fernando Henrique foram presidentes que ajudaram na implantação do modelo neoliberal - apesar de Itamar ter se voltado mais para as questões internas -, marcado pela abertura do Brasil ao capital internacional e multinacionais e pelas privatizações de estatais", completa.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

PROJETO - ECOS DA DITADURA

ESCOLA MUNICIPAL SÃO SEBASTIÃO



PROJETO


Professor - Aparecido de Souza
Disciplina - História






Ribas do Rio Pardo – MS
3°Bimestre/2011
1.       IDENTIFICAÇÃO
o   Escola Municipal São Sebastião - Ribas do Rio Pardo/MS.
o   Turmas (9°A e 9°B).
o   Disciplina – História.
o   Tema – Ditadura Militar (1964-1985).
o   Professor Aparecido de Souza.
o   3° Bimestre.

2.       PROBLEMÁTICA A SER ESTUDADA / DEFINIÇÃO DO TEMA
o   Observando o assunto como parte da programação do bimestre, ocorreu a idéia de tentar trabalhar o assunto de forma diferenciada.
o   O foco do nosso estudo está concentrado n a investigação das chamadas músicas de protestos para conhecermos as mazelas promovidas pela Ditadura Militar (1964-1985).

3.       JUSTIFICATIVA
o   A definição do tema justifica-se pela importância de conhecermos um período da História do Brasil bastante sombrio em termos políticos, mas muito fértil em produções artísticas e culturais, principalmente na Música Popular Brasileira - MPB.

4.       OBJETIVOS
o   Conhecer o período da Ditadura Militar (1964-1985) denunciado pelas músicas de protestos.
o   Analisar os Atos Institucionais e verificar de que forma possibilitaram o enrijecimento do regime.
o   Pesquisar biografias de artistas de destaque da época.
o   Verificar as formas de repressão imposta pelos militares.
o   Resgatar a essência da Música Popular Brasileira - MPB.




5.       CONTEÚDOS
o   Governo João Goulart (1961-64)- Implantou Reformas de Base
- Fortalecimento dos Movimentos sociais: UNE e Ligas Camponesas
- Oposição das elites conservadoras
, Igreja e classe média
o   Golpe Militar (31/03/64)- apoio da classe média, igreja, EUA, elite: tinham medo do comunismo
- assume a presidência o marechal Castelo Branco
 
o   O Governo Militar (1964-85) – Implantação da Ditadura Militar  
- uso da repressão / investigação (SNI), censura
- bipartidarismo: ARENA X MDB
- prisões / tortura / exílio (artistas e políticos)
- oposição armada ao regime militar: guerrilha urbana e rural
 
o   Governo Militar. - “Milagre econômico” : crescimento sem distribuição de renda e aumento da dívida externa
- influência dos EUA
- protestos e passeatas 
o   Cultura na década de 1960
- Cinema Novo: crítica a miséria do país e a realidade do Brasil
- Músicas de protesto e “alienadas”.    

6.       DISCIPLINAS ENVOLVIDAS
o   História e Artes.

7.       METODOLOGIAS/PROCEDIMENTOS/CRONOGRAMA
o   Analisar o tema a partir do material apostilado (Opet) e suas indicações (filmes, livros, sites, etc.).
o   Pesquisar na Sala de Tecnologias Educacionais - STE sobre o tema em questão (em vídeos do You Tube, blogs, links e sites).
o   Ouvir e analisar diversas músicas de protestos.
o   Escolher uma música que melhor descreve o período e produzir um texto.
o   Em grupo ou individual, dublar ou cantar uma música de protesto.
8.       RECURSOS A SEREM UTILIZADOS
o   Computadores;
o   Internet;
o   Impressoras;
o   Filmadora;
o   Câmera fotográfica;
o   Microfones;
o   Caixas de som;
o   Apostila da Opet.

9.       REGISTRO DO PROCESSO
o   O registro será feito através  de filmagens, das fotografias e dos textos produzidos.

10.   AVALIAÇÃO
o   Os alunos serão avaliados pela participação individual e coletiva em todas as atividades (pesquisa, produção e dublagem das músicas).

11.   DIVULGAÇÃO / SOCIALIZAÇÃO DO PROJETO REALIZADO
o   Os resultados dos trabalhos (show de dublagens) serão apresentados para toda a comunidade escolar (do período) e posteriormente serão disponibilizados no blog http://www.herodotomoderno.blogspot.com/.








segunda-feira, 18 de julho de 2011

Família Schurmann acha submarino que afundou na II Guerra

Durante a II Guerra Mundial, dez submarinos alemães e um italiano foram bombardeados e afundaram na costa brasileira. O U-513 foi o primeiro e único encontrado até hoje.

Há 68 anos, durante a Segunda Guerra Mundial, um avião americano localizava, em águas brasileiras, um submarino alemão. Esta semana uma descoberta histórica, uma família de velejadores encontrou o U-513 no fundo do mar.

Velas ao vento. Missão: encontrar o U-513, um submarino alemão que foi bombardeado e afundou em águas brasileiras durante a Segunda Guerra Mundial. O Fantástico acompanhou o início desta história.

Em 2009, a equipe do Fantástico acompanhou a família Schurmann em mais uma aventura. Depois de dois anos de buscas, o flagrante da grande descoberta. “O leme tem cinco metros na planta e aqui tem cinco metros. Achamos”, comemora o comandante da expedição, Vilfredo Shurmann.

O desafio da equipe comandada pela família Schurmann foi algo como procurar uma agulha num palheiro. Vasculhar uma área de 200 quilômetros quadrados exigiu muita pesquisa, paciência e tecnologia.

Um equipamento chamado magnetômetro, foi fundamental. Ele localiza objetos de metal no fundo do mar e é capaz de dimensionar o tamanho e o peso de tudo o que rastreia.

“Nós pudemos calcular que existia um objeto lá embaixo, com um peso entre 600 e 1mil toneladas. Bom, o submarino alemão tem exatamente 760 toneladas, então este foi o primeiro indício para o achado”, explica o oceanógrafo
Lindino Benedette.

Outro aparelho, o sonar de varredura, completou o serviço. Ele funciona de um jeito simples: emite sons e depois capta o eco para compor o desenho. O resultado é uma espécie de ultrassonografia do submarino, que esta semana vai completar 68 anos intocado no fundo do mar.

“É uma foto semelhante a uma ultrassonograia feita em bebês, só que no mar”, explica o oceanógrafo Thomaz Tessler.

Durante a Segunda Guerra Mundial, dez submarinos alemães e um italiano foram bombardeados e afundaram na costa brasileira. O U-513 foi o primeiro e único encontrado até hoje.

Em junho de 1943, o submarino alemão patrulhava a rota Buenos Aires - Rio de janeiro com a missão de afundar qualquer navio aliado. Dentro dele, 53 tripulantes, 22 torpedos e 44 minas. O U-513 tinha fama de aterrorizar navios mercantes. Só na costa brasileira, em menos de um mês, afundou três embarcações.

“Havia uma estratégia de guerra global, e isso incluía o patrulhamento da nossa costa, patrulhamento de toda essa região que era rota de passagem de navios que levavam mantimentos, levavam matéria prima, uma série de materiais que eram importantes para os aliados”, diz o jornalista e pesquisador, Roberto Sander.

Em 19 de julho de 1943, um hidroavião americano decola junto à costa de Florianópolis com uma missão: localizar e abater o submarino inimigo. Por horas, nada foi encontrado. Até que, às 15h30, o piloto percebeu um ponto em alto mar. Era o submarino, que navegava na superfície, aí começou um ataque anti-aéreo.

Em uma atitude quase Kamikaze, o avião deu um rasante a apenas 15 metros de altura e soltou seis bombas de 225 quilos cada.

Duas bombas acertaram em cheio o casco do submarino, que afundou em poucos minutos. Apenas sete tripulantes que estavam no convés sobreviveram, e isso graças a um bote lançado pelo próprio avião que fez o ataque.

“Nós fomos para os Estados Unidos, onde nós fizemos uma pesquisa bem extensa nos arquivos secretos de guerra. Fomos para a Alemanha também visitar o museu do U-BOAT para ver tudo que tinha. Nós descobrimos o diário de bordo do navio que resgatou os sobreviventes do submarino, então a partir tivemos mais ou menos uma ideia de onde é que estava o submarino”, conta Heloísa Schurmann.

O U-513 foi localizado cerca de 85 quilômetros ao leste de Florianópolis . O ponto exato é segredo.

“Por isso nós estamos guardando a sua posição a sete chaves para ninguém poder tocar nele até podermos registrar as primeiras imagens oculares lá”, explica o cineasta David Schurmann.

Começa agora uma nova etapa da expedição, a 135 metros de profundidade: “a gente vai precisar mandar um robô lá embaixo para poder filmar, e quem sabe até entrar dentro do submarino, que seria um sonho”, diz Shurmann.

Entrar e quem sabe descobrir que segredos deste tesouro da história mundial.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Revolução Francesa (1789)

14 DE JULHO DE 1789 - A QUEDA DA BASTILHA


A BASTILHA

A Bastilha (em francês: Bastille) apenas como um portal de entrada ao bairro parisiense de Saint-Antoine, na França, motivo pelo qual era denominada Bastilha de Saint-Antoine. Encontrava-se onde hoje está situada a Place de la Bastille ("Praça da Bastilha") em Paris. Mas ficou realmente conhecida por ter sido uma prisão, assim funcionando desde o início do século XVIIaté o final do século XVIII.
Ficou famosa por ter sido o palco do evento histórico conhecido como a Queda da Bastilha, em 14 de Julho de 1789, o qual aliado ao Juramento do Jogo da Péla, está entre os fatos mais importantes do início da Revolução Francesa.
O evento foi grandiosamente comemorado exatamente um ano depois (em 14 de Julho de 1790) na pomposa festa que ficou conhecida como a "Fête de la Fédération" (A Festa da Federação). A data tornou-se feriado nacional na França, sendo comemorada anualmente. É popularmente chamada de "Dia da Bastilha", apesar de na França denominarem-na "Fête Nationale" (A Festa Nacional).
Em novembro de 1789 a Bastilha foi totalmente demolida.


HISTÓRIA

A Bastilha foi construída como "Bastião de Saint-Antoine" durante a Guerra dos Cem Anos, por Carlos V da França. Inicialmente serviu apenas como mero portal de entrada para o bairro de Saint-Antoine, mas de 1370 a 1383 o portal foi ampliado e reformado para se transformar numafortaleza, que serviria para defender o lado leste de Paris, além de um palácio real que ficava nas proximidades, constituindo-se no mais forte ponto de defesa da muralha do rei. Após a guerra, começou a ser utilizada pela realeza francesa como prisão estadual (o rei Luís XIII foi o primeiro a enviar prisioneiros para lá).
A Bastilha foi construída como um retângulo irregular com 8 torres de 68 metros (223 pés) de comprimento, 27 metros (88 pés) de largura, com torres e paredes de 24 metros (78 pés) de altura, cercada por um largo e amplo fosso. Originalmente, possuía em seu interior dois pátios, além de edifícios residenciais contra as paredes. Um par de torres nas fachadas leste e oeste era o que servia de portal inicial de passagem para o bairro Saint-Antoine.
Uma característica militar significativa da construção é que as paredes e torres eram da mesma altura, e eram conectadas por um amplo terraço. Isto possibilitava que os soldados na parede frontal se movimentassem rapidamente até um setor ameaçado da fortaleza sem que precisassem descer por dentro das torres, assim como possibilitava o fácil posicionamento de artilharia defensiva.
Uma construção muito similar à Bastilha pode ser vista hoje no Châteaux de Tarancon.

A BASTILHA COMO PRISÃO

Por volta do século XVIII, servia muito mais como lugar de lazer e depósito de armas do exército francês do que como prisão, como nos anos passados, pelo que havia adquirido a simpatia do rei Luís XVI da França.
Neste período, encontrou-se a Bastilha dividida internamente em:
  • pavimento superior
  • pavimento térreo
  • calabouço
O pavimento superior proporcionava acomodações um pouco mais confortáveis para os detentos, em comparação aos outros dois.
O térreo funcionava como uma prisão comum, registrando-se a maior incidência de doenças como pneumonias, devido à temperatura ambiente.
O calabouço era a parte mais temida da Bastilha, uma vez que a sua arquitetura era de estreitos corredores e salas. A pessoa condenada ao calabouço deveria escolher uma posição corporal para entrar na sala, sendo que a mesma não possuía nenhum espaço para a locomoção, obrigando-a a ficar de pé. O prisioneiro do calabouço freqüentemente falecia, vítima de frio, fome ou doenças, visto que o tratamento prestado aos prisioneiros daquele setor era o pior.

O ASSALTO À BASTILHA

A grande prisão do estado terminou sendo invadida em 14 de julho de 1789 porque um jornalista, Camille Desmoulins, até então desconhecido, arengou em frente ao Palais Royal e pelas ruas dizendo que as tropas reais estavam prestes a desencadear uma repressão sangrenta sobre o povo de Paris. Todos deviam socorrer-se das armas para defender-se. A multidão, num primeiro momento, dirigiu-se aos Inválidos, o antigo hospital onde concentravam um razoável arsenal. Ali, apropriou-se de três mil espingardas e de alguns canhões. Correu o boato de que a pólvora porém se encontrava estocada num outro lugar, na fortaleza da Bastilha. Marcharam então para lá. A massa insurgente era composta de soldados desmobilizados, guardas, marceneiros, sapateiros, diaristas, escultores, operários, negociantes de vinhos, chapeleiros, alfaiates e outros artesãos, o povo de Paris enfim. A fortaleza, por sua vez, defendia-se com 32 guardas suíços e 82 "inválidos" de guerra, possuindo 15 canhões, dos quais apenas três em funcionamento.
Durante o assédio, o marquês de Launay, o governador da Bastilha, ainda tentou negociar. Os guardas, no entanto, descontrolaram-se, disparando na multidão. Indignado, o povo reunido na praça em frente partiu para o assalto e dali para o massacre. O tiroteio durou aproximadamente quatro horas. O número de mortos foi incerto. Calculam que somaram 98 populares e apenas um defensor da Bastilha.
Launay teve um fim trágico. Foi decapitado e a sua cabeça espetada na ponta de uma lança desfilou pelas ruas numa celebração macabra. Os presos, soltos, arrastaram-se para fora sob o aplauso comovido da multidão postada nos arredores da fortaleza devassada. Posteriormente a massa incendiou e destruiu a Bastilha, localizada no bairro Santo Antônio, um dos mais populares de Paris. O episódio, verdadeiramente espetacular, teve um efeito eletrizante. Não só na França mas onde a notícia chegou provocou um efeito imediato. Todos perceberam que alguma coisa espetacular havia ocorrido. Mesmo na longínqua Königsberg, na Prússia Oriental, atingida pelo eco de que o povo de Paris assaltara um dos símbolos do rei, fez com que o filósofo Emanuel Kant, exultante com o acontecimento, pela primeira vez na sua vida se atrasasse no seu passeio diário das 18 horas.


A DECLARAÇÃO DOS DIREITOS

A Assembleia Nacional Constituinte, enquanto isso, continuava elaborando os artigos constitucionais. Uma pequena comissão de deputados, entre eles o marquês de La Fayette, Dupont, Barnarve, La Meth e Blancon, reunidos na casa de Thomas Jefferson, então embaixador norte-americano em Paris, pensaram em dotar a futura Constituição francesa com um preâmbulo, uma Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que sintetizasse os anseios maiores da Revolução. Pronta a sua redação, na qual adotaram o mesmo formato das Tábuas da Lei, com uma introdução redigida por Mirabeau, aprovaram-na na sessão de 26 de agosto de 1789. Em apenas 17 artigos, facilmente aprendidos, expuseram os direitos básicos da modernidade e o desejo de autonomia da burguesia (que como classe universal, falava em nome do povo inteiro). Com ela, com a declaração dos direitos, a revolução francesa de 1789 irmanou-se com a revolução americana de 1776, selando o início do fim do absolutismo e consolidando as assim chamadas, por R.R. Palmer e Jacques Godechot, "Revoluções Atlânticas". O documento tinha também outras ambições, os 17 artigos que a compunham serviriam como um novo catecismo elaborado pela burguesia que assim se auto-delegava a tarefa de emancipar o mundo do feudalismo e dos privilégios herdados pelo nascimento.


A TOMADA DA BASTILHA

A Tomada da Bastilha (em francês: Prise de la Bastille) foi um evento central da Revolução Francesa, ocorrido em 14 de julhode 1789. Embora a Bastilha, fortaleza medieval utilizada como prisão contivesse, à época, apenas sete prisioneiros, sua queda é tida como um dos símbolos daquela revolução, e tornou-se um ícone da República Francesa. Na França, o quatorze juillet (14 de julho) é um feriado nacional, conhecido formalmente como Fête de la Fédération ("Festa da Federação"), conhecido também como Dia da Bastilha em outros idiomas. O evento provocou uma onda de reações em toda a França, assim como na Europa, que se estendeu até a distante Rússia Imperial.
Durante o reinado de Luís XVI, a França passava por uma grande crise financeira, desencadeada pelo custo da intervenção do país na Guerra Revolucionária Americana, e exacerbada por um sistema desigual de taxação. Em 5 de maio os Estados-Gerais de 1789 se reuniram para lidar com o problema, porém foram impedidos de agir por protocolos arcaicos, e pelo conservadorismo do Segundo Estado, que consistia da nobreza - 2% da população do país na época. Em 17 de junho o Terceiro Estado, com seus representantes vindos da classe média, ou bourgeoisie (burguesia), se reorganizou na forma da Assembleia Nacional, uma entidade cujo propósito era a criação de uma constituição francesa. O rei inicialmente opôs-se a este acontecimento, porém eventualmente foi obrigado a reconhecer a autoridade da assembleia, que passou a ser chamada de Assembleia Nacional Constituinte.
A invasão da Bastilha e a consequente Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão formaram o terceiro evento desta fase inicial da revolução. A primeira havia sido a revolta da nobreza, ao se recusar a ajudar o rei através do pagamento de impostos.[1]A segunda havia sido a formação da Assembleia Nacional e o Juramento da Sala do Jogo da Péla.
A classe média havia formado a Guarda Nacional, ostentado rosetas tricolores, em azul, branco e vermelho, que logo se tornariam o símbolo da revolução.
Paris estava à beira da insurreição e, nas palavras de François Mignet, "intoxicada com liberdade e entusiasmo",[2] mostrando amplo apoio à Assembleia. A imprensa publicava os debates realizados na Assembleia, e o debate político acabou se espalhando para as praças públicas e salões da capital. O Palais-Royal e seus jardins tornaram-se palco de uma reunião interminável; e a multidão ali reunida, enfurecida, decidiu arrombar as prisões da Abbaye para soltar alguns granadeiros que teriam sido presos por disparar contra o povo. A Assembleia encaminhou os guardas presos à clemência do rei, e após retornarem à prisão, acabaram por receber o perdão. As tropas, até então consideradas confiáveis pelo rei, agora passaram a tender pela causa popular.


História

A grande prisão do estado terminou sendo invadida porque um jornalista, Camille Desmoulins, até então desconhecido, discutiu em frente ao Palácio Real e pelas ruas dizendo que as tropas reais estavam prestes a desencadear uma repressão sangrenta sobre o povo de Paris. Todos deviam socorrer-se das armas para defender-se. A multidão, num primeiro momento, dirigiu-se aos Inválidos, o antigo hospital onde concentravam um razoável arsenal. Ali, apropriou-se de vinte e oito mil mosquetes e de alguns canhões. Correu o boato de que a pólvora porém se encontrava estocada num outro lugar, na fortaleza da Bastilha. Marcharam então para lá. A massa revoltosa era composta de soldados desmobilizados, guardas, marceneiros, sapateiros, diaristas, escultores, operários, negociantes de vinhos, chapeleiros, alfaiates e outros artesãos, o povo de Paris enfim. A fortaleza, por sua vez, defendia-se com 32 guardas suíços e 82 "inválidos" de guerra, possuindo 15 canhões, dos quais apenas três em funcionamento.
Durante o assédio, o marquês de Launay, o governador da Bastilha, ainda tentou negociar. Os guardas, no entanto, descontrolaram-se, disparando na multidão. Indignado, o povo reunido na praça em frente partiu para o assalto e dali para o massacre. O tiroteio durou aproximadamente quatro horas. O número de mortos foi incerto. Calculam que somaram 98 populares e apenas um defensor da Bastilha.
Launay teve um fim trágico. Foi decapitado e a sua cabeça espetada na ponta de uma lança desfilou pelas ruas numa celebração macabra. Os presos, soltos, arrastaram-se para fora sob o aplauso comovido da multidão postada nos arredores da fortaleza devassada. Posteriormente a massa incendiou e destruiu a Bastilha, localizada no bairro Santo Antônio, um dos mais populares de Paris. O episódio, verdadeiramente espetacular, teve um efeito eletrizante. Não só na França mas onde a notícia chegou provocou um efeito imediato. Todos perceberam que alguma coisa espetacular havia ocorrido. Mesmo na longínqua Königsberg (hoje Kaliningrado, na Prússia Oriental), atingida pelo eco de que o povo de Paris assaltara um dos símbolos do rei, fez com que o filósofo Immanuel Kant, exultante com o acontecimento, pela primeira vez na sua vida se atrasasse no seu passeio diário das 18 horas.
A queda da Bastilha, no 14 de Julho de 1789, ainda hoje é comemorada como o principal feriado francês.

Referências

  1. Gross, David. We Won’t Pay!: A Tax Resistance Reader. pp.139–153.
  2. Mignet, François. History of the French Revolution from 1789 to 1814, disponível no Projeto Gutenberg.

terça-feira, 5 de julho de 2011

PARA QUEM GOSTA DE HISTÓRIA

http://www.sohistoria.com.br/

Exercícios Resolvidos de Ensino médio e vestibular

1. (Fuvest-SP) Os primitivos habitantes do Brasil foram vítimas do processo colonizador. O europeu, com visão de mundo calcada em preconceitos, menosprezou o indígena e sua cultura. A acreditar nos viajantes e missionários, a partir de meados do século XVI, há um decréscimo da população indígena, que se agrava nos séculos seguintes. Os fatores que mais contribuíram para o citado decréscimo foram:
a) a captura e a venda do índio para o trabalho nas minas de prata do Potosí.
b) as guerras permanentes entre as tribos indígenas e entre índios e brancos.
c) o canibalismo, o sentido mítico das práticas rituais, o espírito sanguinário, cruel e vingativo dos naturais.
d) as missões jesuíticas do vale amazônico e a exploração do trabalho indígena na extração da borracha.
e) as epidemias introduzidas pelo invasor europeu e a escravidão dos índios.

2. (UFMG) Leia o texto. “A língua de que [os índios] usam, toda pela costa, é uma: ainda que em certos vocábulos difere em algumas partes; mas não de maneira que se deixem de entender. (...) Carece de três letras, convém a saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não tem Fé, nem Lei, nem Rei, e desta maneira vivem desordenadamente (...)." (GANDAVO, Pero de Magalhães, História da Província de Santa Cruz, 1578.) A partir do texto, pode-se afirmar que todas as alternativas expressam a relação dos portugueses com a cultura indígena, exceto:
a) A busca de compreensão da cultura indígena era uma preocupação do colonizador.
b) A desorganização social dos indígenas se refletia no idioma.
c) A diferença cultural entre nativos e colonos era atribuída à inferioridade do indígena.
d) A língua dos nativos era caracterizada pela limitação vocabular.
e) Os signos e símbolos dos nativos da costa marítima eram homogêneos.

3. (Fuvest-SP) A sociedade colonial brasileira "herdou concepções clássicas e medievais de organização e hierarquia, mas acrescentou-lhe sistemas de graduação que se originaram da diferenciação das ocupações, raça, cor e condição social. (...) as distinções essenciais entre fidalgos e plebeus tenderam a nivelar-se, pois o mar de indígenas que cercava os colonizadores portugueses tornava todo europeu, de fato, um gentil-homem em potencial. A disponibilidade de índios como escravos ou trabalhadores possibilitava aos imigrantes concretizar seus sonhos de nobreza. (...) Com índios, podia desfrutar de uma vida verdadeiramente nobre. O gentio transformou-se em um substituto do campesinato, um novo estado, que permitiu uma reorganização de categorias tradicionais. Contudo, o fato de serem aborígines e, mais tarde, os africanos, diferentes étnica, religiosa e fenotipicamente dos europeus, criou oportunidades para novas distinções e hierarquias baseadas na cultura e na cor." (Stuart B. Schwartz, Segredos internos.) A partir do texto pode-se concluir que:
a) a diferenciação clássica e medieval entre clero, nobreza e campesinato, existente na Europa, foi transferida para o Brasil por intermédio de Portugal e se constituiu no elemento fundamental da sociedade brasileira colonial.
b) a presença de índios e negros na sociedade brasileira levou ao surgimento de instituições como a escravidão, completamente desconhecida da sociedade européia nos séculos XV e XVI.
c) os índios do Brasil, por serem em pequena quantidade e terem sido facilmente dominados, não tiveram nenhum tipo de influência sobre a constituição da sociedade colonial.
d) a diferenciação de raças, culturas e condição social entre brancos e índios, brancos e negros tendeu a diluir a distinção clássica e medieval entre fidalgos e plebeus europeus na sociedade.
e) a existência de uma realidade diferente no Brasil, como a escravidão em larga escala de negros, não alterou em nenhum aspecto as concepções medievais dos portugueses durante os séculos XVI e XVII.

4. (UFMG) Todas as alternativas apresentam fatores que explicam a primazia dos portugueses no cenário dos grandes descobrimentos, exceto:
a) a atuação empreendedora da burguesia lusa no desenvolvimento da indústria náutica.
b) a localização geográfica de Portugal, distante do Mediterrâneo oriental e sem ligações comerciais com o restante do continente.
c) a presença da fé e o espírito da cavalaria e das cruzadas que atribuíam aos portugueses a missão de cristianizar os povos chamados "infiéis".
d) o aparecimento pioneiro da monarquia absolutista em Portugal responsável pela formação do Estado moderno.


5. (FESO-RJ) "O governo-geral foi instituído por D. João III, em 1548, para coordenar as práticas colonizadoras do Brasil. Consistiriam estas últimas em dar às capitanias hereditárias uma assistência mais eficiente e promover a valorização econômica e o povoamento das áreas não ocupadas pelos donatários." (Manoel Maurício de Albuquerque. Pequena história da formação social brasileira. Rio de Janeiro: Graal, 1984. p. 180.) As afirmativas abaixo identificam corretamente algumas das atribuições do governador-geral, à exceção de:
a) Estimular e realizar expedições desbravadoras de regiões interiores, visando, entre outros aspectos, à descoberta de metais preciosos.
b) Visitar e fiscalizar as capitanias hereditárias e reais, especialmente aquelas que vivenciavam problemas quanto ao povoamento e à exploração das terras.
c) Distribuir sesmarias, particularmente para os beneficiários que comprovassem rendas e meios de valorizar economicamente as terras recebidas.
d) Regular as alianças com tribos indígenas, controlando e limitando a ação das ordens religiosas, em especial da Companhia de Jesus.
e) Organizar a defesa da costa e promover o desenvolvimento da construção naval e do comércio de cabotagem.

6. (UNISO) Durante a maior parte do período colonial a participação nas câmaras das vilas era uma prerrogativa dos chamados "homens bons", excluindo-se desse privilégio os outros integrantes da sociedade. A expressão "homem bom" dizia respeito a:
a) homens que recebiam a concessão da Coroa portuguesa para explorar minas de ouro e de diamantes;
b) senhores de engenho e proprietários de escravos;
c) funcionários nomeados pela Coroa portuguesa para exercerem altos cargos administrativos na colônia;
d) homens considerados de bom caráter, independentemente do cargo ou da função que exerciam na colônia.


7. (UNAERP-SP) Em 1534, o governo português concluiu que a única forma de ocupação do Brasil seria através da colonização. Era necessário colonizar, simultaneamente, todo o extenso território brasileiro. Essa colonização dirigida pelo governo português se deu através da:
a) criação da Companhia Geral do Comércio do Estado do Brasil.
b) criação do sistema de governo-geral e câmaras municipais.
c) criação das capitanias hereditárias.
d) montagem do sistema colonial.
e) criação e distribuição das sesmarias.

8. (Cesgranrio-RJ) Assinale a opção que caracteriza a economia colonial estruturada como desdobramento da expansão mercantil européia da época moderna.
a) A descoberta de ouro no final do século XVII aumentou a renda colonial, favorecendo o rompimento dos monopólios que regulavam a relação com a metrópole.
b) O caráter exportador da economia colonial foi lentamente alterado pelo crescimento dos setores de subsistência, que disputavam as terras e os escravos disponíveis para a produção.
c) A lavoura de produtos tropicais e as atividades extrativas foram organizadas para atender aos interesses da política mercantilista européia.
d) A implantação da empresa agrícola representou o aproveitamento, na América, da experiência anterior dos portugueses nas suas colônias orientais.
e) A produção de abastecimento e o comércio interno foram os principais mecanismos de acumulação da economia colonial.

9. . (UFRJ) "(...) meu coração estremece de infinita alegria por ver que a terra onde nasci em breve não será pisada por um pé escravo. (...) Quando a humanidade jazia no obscurantismo, a escravidão era apanágio dos tiranos; hoje, que a civilização tem aberto brecha nas muralhas da ignorância e preconceitos, a liberdade desses infelizes é um emblema sublime (...). Esta festa é a precursora de uma conquista da luz contra as trevas, da verdade contra a mentira, da liberdade contra a escravidão." (ESTRELLA, Maria Augusta Generoso e Oliveira. "Discurso na Sessão Magna do Clube Abolicionista", 1872, Arquivo Público Estadual, Recife-PE.) A escravidão está associada às diversas formas de exploração e de violência contra a população escrava. Essa situação, embora característica dos regimes escravocratas, registra inúmeros momentos de rebeldia. Em suas manifestações e ações cotidianas, homens e mulheres escravizados reagiram a esta condição, proporcionando formas de resistência que resultaram em processos sociais e políticos que, a médio e longo prazos, influíram na superação dessa modalidade de trabalho.
a) Cite duas formas de resistência dos negros contra o regime da escravidão ocorridas no Brasil.
b) Explique um fator que tenha contribuído para a transição para o trabalho livre no Brasil no século XIX.




10. (Cesgranrio-RJ) "O senhor de engenho é título a que muitos aspiram, porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado de muitos." O comentário de Antonil, escrito no século XVIII, pode ser considerado característico da sociedade colonial brasileira porque:
a) a condição de proprietário de terras e de homens garantia a preponderância dos senhores de engenho na sociedade colonial.
b) a autoridade dos senhores restringia-se aos seus escravos, não se impondo às comunidades vizinhas e a outros proprietários menores.
c) as dificuldades de adaptação às áreas coloniais levaram os europeus a organizar uma sociedade com mínima diferenciação e forte solidariedade entre seus segmentos.
d) as atividades dos senhores de engenho não se limitavam à agroindústria, pois controlavam o comércio de exportação, o tráfico negreiro e a economia de abastecimento.
e) o poder político dos senhores de engenho era assegurado pela metrópole através da sua designação para os mais altos cargos da administração colonial.